sábado, 11 de outubro de 2014
Fortaleza de Santa Catarina - A Saga de Uma Resistência
quinta-feira, 9 de outubro de 2014
Tratado de Haia
Batalha entre as armadas de Portugal e Holanda, quando foi aprisionado o navio Coxim, português |
O Tratado de Haia foi um tratado de paz firmado entre Portugal e a República das Sete Províncias Unidas dos Países Baixos, assinado em Haia em 6 de Agosto de1661. Com a assinatura do tratado, os territórios conquistados pela Holanda no Brasil, renomeados como Nova Holanda, foram formalmente devolvidos a Portugal em troca de uma indenização de quatro milhões de cruzados.
Após a reconquista da Nova Holanda e com o fim da Primeira Guerra Anglo-Neerlandesa, a República Holandesa exige a colônia de volta. Portugal não cede à exigência da República Holandesa. O líder político, Johan de Witt não concorda com a atitude holandesa por achar o comércio mais importante do que a possessão de territórios. Por este motivo é assinado um tratado de paz em 6 de Agosto de1661 em Haia pelo qual a Nova Holanda foi vendida à Portugal por oito milhões de florins (equivalente a 63 toneladas de ouro). Portugal cedeu o Ceilão (atual Sri Lanka) e Malabar à República Holandesa e concedeu privilégios sobre o comércio açucareiro. Em troca a República Holandesa reconheceu a total soberania portuguesa sobre o Brasil e a Angola. O tratado foi ratificado em 24 de maio de 1662 pelos Estados Gerais e em 3 de novembro de 1662 pelo Reino de Portugal.
sexta-feira, 19 de setembro de 2014
Contrabando de Pau Brasil
Piratas franceses roubavam Pau Brasil nas costas da Paraíba |
Até o ano de 1601 a
Fortaleza tinha um contingente de 25 homens, incluindo o capitão e dispunha de
14 canhões, sendo 3 de bronze. Os canhões eram tubos de ferro
ou bronze, mal fundidos e sem qualquer aparelho de pontaria; não raro, a peça
explodia em vários pedaços matando o operador.
Fatos Que Motivaram as Invasões Holandesas
Fatos Que Motivaram as Invasões Holandesas
Engenho na Paraíba ilustração de Frans Post no livro de Barlaeus |
No final do século XVI a Holanda se tornara uma potência dos mares, chegando, na metade do século XVII, a ter a maior frota mercante do mundo.Os holandeses mantinham intensa parceria comercial com Portugal e suas colônias, especialmente com o nordeste brasileiro, onde participavam de todo o ciclo da indústria açucareira, com a implantação de engenhos, financiamento de insumos e mão de obra e vendendo nosso açúcar na Europa. Chegaram a manter
usinas de beneficiamento de açúcar em Amsterdam, para onde levavam o açúcar
grosso que era taxado com valor bem abaixo do açúcar branco. Assim, detinham conhecimentos
e estrutura suficientes para o sucesso comercial holandês na Europa.
Com a anexação de Portugal
à Coroa Espanhola, toda essa parceria e cordialidade foram proibidas por Filipe
II da Espanha, que combatia a Holanda,
movido por seu fanatismo e intolerância religiosa. Além disso, Filipe II que se negara a pagar os
empréstimos holandeses, na implantação da produção de açúcar no Nordeste. Reside aí, um dos
motivos para a iniciativa da invasão holandesa ao Brasil. A Holanda defendia os
seus investimentos e negócios aqui existentes.
quarta-feira, 17 de setembro de 2014
O INÍCIO
Fortaleza de Santa Catarina - Casa do Capitão Mor - ©Guy Joseph
|
Em 1586, Frutuoso Barbosa, donatário da Capitania da Paraíba e seu primeiro
governador, viu a necessidade urgente de construir uma fortificação para a
defesa da Cidade de Nossa Senhora das Neves. Escolheu uma ponta de terra à
margem direita do Rio Paraíba, no local conhecido como Cabedelo, que significa
ponta de areia ou pequeno cabo. O Forte do Cabedelo foi construído em madeira e
taipa. Desde
a sua fundação, o Forte recebia o descaso dos governantes, que a deixavam com um
pequeno número de defensores, quase abandonada, tornando-se alvo fácil de
ataques. Em virtude disso, o Forte foi totalmente destruído pelos íncolas
potiguaras, insuflados por piratas franceses, que frequentavam as costas do
Nordeste. A reconstrução se deu em 1592, dessa vez, em pedra calcária, sendo
batizada por Frutuoso Barbosa, de Forte de Santa Catarina em uma homenagem, claramente
oportunista e interesseira, a D. Catarina - Duquesa de Bragança, supostamente favorita na sucessão ao trono português, o que
terminou não acontecendo.
O FILME
Essa jornada faz parte do roteiro do curta metragem " A Saga da Fortaleza", que estou realizando, onde algumas estórias da nossa história são abordadas. O maior absurdo é o tratamento que a história oficial dá aos holandeses, descritos como verdadeiros bandidos e saqueadores. Na verdade, os holandeses trouxeram mais benefícios que os portugueses, incentivando a implantação de engenhos, fornecendo insumos e tecnologia, financiando a produção de açúcar e exportando o nosso açúcar para a Europa, com grandes lucros para Portugal. Havia uma parceria comercial e cordialidade entre a Holanda e Portugal, até que o fanático religioso, católico fundamentalista e Rei da Espanha, Filipe II passou a governar Portugal e Espanha. Ao assumir o trono português Filipe II proibiu a parceria estabelecida, dando um calote nas dívidas que Portugal contraíra com a Holanda. Toda a motivação que inspirava Filipe II era a sua intolerância religiosa, que não admitia a amizade com os holandeses, por serem eles, protestantes. Filipe II já atacava a Rainha Elizabeth I, apoiado por Roma e armado com a Inquisição, disposto a arrancar do trono, a "herege" para restaurar a igreja católica na Inglaterra. Depois de anos de lutas, a "invencível" armada de Filipe II virou pó.
Pouca gente sabe que a Fortaleza de Santa Catarina foi arrasada, durante as batalhas contra os holandeses e reconstruída pelo Conde Maurício de Nassau, logo que tomou posse da Capitania da Paraíba. O próprio Nassau, no discurso de 14 de janeiro de 1638, sob o tópico "Fortificações", informa:
O FILME
Essa jornada faz parte do roteiro do curta metragem " A Saga da Fortaleza", que estou realizando, onde algumas estórias da nossa história são abordadas. O maior absurdo é o tratamento que a história oficial dá aos holandeses, descritos como verdadeiros bandidos e saqueadores. Na verdade, os holandeses trouxeram mais benefícios que os portugueses, incentivando a implantação de engenhos, fornecendo insumos e tecnologia, financiando a produção de açúcar e exportando o nosso açúcar para a Europa, com grandes lucros para Portugal. Havia uma parceria comercial e cordialidade entre a Holanda e Portugal, até que o fanático religioso, católico fundamentalista e Rei da Espanha, Filipe II passou a governar Portugal e Espanha. Ao assumir o trono português Filipe II proibiu a parceria estabelecida, dando um calote nas dívidas que Portugal contraíra com a Holanda. Toda a motivação que inspirava Filipe II era a sua intolerância religiosa, que não admitia a amizade com os holandeses, por serem eles, protestantes. Filipe II já atacava a Rainha Elizabeth I, apoiado por Roma e armado com a Inquisição, disposto a arrancar do trono, a "herege" para restaurar a igreja católica na Inglaterra. Depois de anos de lutas, a "invencível" armada de Filipe II virou pó.
Pouca gente sabe que a Fortaleza de Santa Catarina foi arrasada, durante as batalhas contra os holandeses e reconstruída pelo Conde Maurício de Nassau, logo que tomou posse da Capitania da Paraíba. O próprio Nassau, no discurso de 14 de janeiro de 1638, sob o tópico "Fortificações", informa:
"O forte do sul (da entrada da barra do rio Paraíba do Norte) foi
inteiramente feito por nós: arrasou-se o velho forte de Santa Catarina, que era
muito pequeno, acanhado e de pouca resistência, e, no mesmo lugar e por fora
dele, levantou-se este outro. Para o lado de terra tem um bonito baluarte, cujas cortinas correm para a praia do mar, tendo de um e de outro lado um
meio-baluarte que se fecham por uma tenalha; a sua circunferência é bastante
espaçosa, e as suas muralhas belas e elevadas; mas por causa das areias movediças, como sucede em todas as
praias, não se pode ter fossos
profundos; de qualquer modo é de grande resistência. Antes do nosso governo foi
este forte empreitado, estando muito adiantada a conclusão dele; mas fomos nós
que pagamos a maior parte das despesas. Custou 31.000 florins".
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